terça-feira, 3 de abril de 2012

Para Júlia e Helena

Esse 04 Abril é um tanto especial pra mim, 1 ano e 1 mês do nascimento da Júlia. Hoje estive emotiva e chorona, e não por estar grávida, mas sim porque o dia começou como se eu estivesse outra vez voltando ao hospital pra ganhar minha primeira filha.

Hoje eu dei um salto grande, muito grande, desses de dar frio na barriga. Terminei uma relação que me machucava, me paralisava, pra começar uma outra que eu espero que me ajude, não a fazer o passado ser esquecido, isso não tem como...mas faça todos esses sentimentos conflitantes caberem dentro de mim.

Fui na minha primeira consulta com um médico de parto humanizado, Dr. Ricardo Jones. Eu sabia que seria difícil, um passo imenso pra mim. Mas não imaginei que seria tão desafiador. Já cheguei no consultório tentando conter um choro, só que quando comecei a contar a gestação da Júlia, o parto, o pós parto...naquele momento eu revivi tudo, exatamente como em um filme.

Já imaginava que iria desabar, e foi exatamente o que aconteceu. Chorei muito, chorei tudo, falei de culpa, de medo, de angústia e finalmente comecei a sentir que consigo encontrar meu caminho. Acho até que emagreci depois da consulta pelo tamanho do alívio que senti.

Eu voltei ao blog pra tentar organizar o meu pensamento. Pra conseguir , quem sabe, registrar isso tudo pra que no futuro as minhas filhas possam ler o que eu escrevi aqui e saibam que através delas e por elas eu enfrentei todos os meus medos. E que cada qual com a sua história e contribuição me tornaram (assim espero) um ser humano melhor.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

All you need is love, pequena Julia

Quantas coisas a gente precisa ensinar pra um filho? Quantas coisas a gente precisa aprender com ele? A medida que a gente vive e vai amadurecendo, vê que não sabe nada sobre as pessoas ou sobre o mundo. Quando a questão dinheiro deixou de ser a principal na decisão de ter um filho, pensamos muito no que ensinar, e principalmente se a gente vai dar conta de ensinar o que é preciso.
E aí é que eu quero te falar algo sobre a nossa pequena família, minha filha. A tua essência é feita de amor, de todo amor que teu pai e eu sentimos um pelo outro. É de todo esse carinho,admiração, respeito e cumplicidade que tu foste gerada. E acreditamos papai e eu, que pra essa vida valer a pena, pra ser feliz de verdade, tudo o que precisamos é de amor!

...

Palavras do Papai: minha filha, o titulo deste pequeno post diz tudo, o que sentimos, o que desejamos, tudo o que pensamos pra ti. É incrível que todos estes sentimentos possam ser resumidos em uma única palavra: Amor. Então nada melhor do esta música, "Tudo que é preciso é amor".

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu não me importo tanto assim, mimimi...

Tem trouxa pior do que aquele que fica tentando se convencer o tempo todo de alguma coisa?
As pessoas perguntam: "é um menino ou menina vindo por aí?" eu faço a maior cara de de convicção e respondo "olha, eu não me importo tanto assim..." Baita mimimi... Claro que me importo!
Te dar um nome, pensar nas suas roupas e nas nossas brincadeiras, começar a treinar tranças e chiquinhas ou então, novos barulhos de sirenes, dinossauros e canhões com a boca.
Na ecografia com 14 semanas tinha um bebê tão agitado na barriga, que foi impossível ver qualquer coisa. Na ecografia com 16 semanas tinha um bebê sentado de pernas cruzadas e com as mãos na cabeça, a médica cutucou, cutucou e nada. A pedido da ecografista eu virei pra todos os lados e chacoalhei um pouco, a posição continuou a mesma.

Hoje eu tenho médica, e tô com o pé atrás porque dia desses liguei pra tirar uma dúvida e achei que ela não foi tão simpática quanto eu merecia (oi?) Esse fato me deixou em dúvida, mas eu decidi que estou disposta a repensar a nossa relação se eu ganhar uma nova guia pra fazer ecografia.
Se por um acaso a GO não sugerir o exame naturalmente,(já pensei nesse detalhe também)e decidi que Rodrigo estará disposto a implorar.

Então se tudo sair como estou planejando, teremos encontro marcado amanhã minha pessoinha querida. Seu pai ligará para todas as clínicas e hospitais até a gente encontrar uma horinha pra te ver!

Vira pra mamãe, vira!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Das coisas simples e especiais

Fui visitar meus pais ontem a tarde. Carinho gostoso de cobertas na sala, pipocas quentinhas e filme.
Na hora de ir embora, meu pai nos levou até o portão. Rodrigo saiu andando na frente, e não acompanhou os minutos em que paramos os dois pra olhar o céu.

A lua alta, o céu cheinho de estrelas, um avião que passou, olhamos pro outro lado e no mesmo instante repetimos juntos “olha lá, uma estrela cadente!”

Quando eu era pequena, uma vez minha avó me contou que aquele traço brilhante que a gente via percorrer o espaço num piscar de olhos, era parte do reino dos deuses que acabava caindo por acidente quando eles abriam buracos no céu pra espiar o nosso mundo. Por isso, logo ao ver a estrela a gente fazia um pedido, pois naquela hora os deuses estariam olhando pra nós.

Como pode em dois segundos a gente lembrar de tanta coisa? das coisas simples e mais especias do mundo!
O pedido? Que possamos, meu pai e eu, cruzar nossos olhares muitas outras vezes na mesma direção.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Onde nasce o amor?

Todo mundo espera, e talvez seja mesmo o mais comum, que a mulher fique grávida e desenvolva um amor profundo e infindável pelo bebê que carrega dentro de si.
Mas a verdade é que nem sempre isso acontece. E o que fazer se além de tudo esse bebê foi planejado, desejado e demorou mais de um ano até chegar?

Eu também não sabia o que fazer, e tive medo. Por isso me afastei. Talvez todo pesadelo inicial, e o cápítulo sangramento/dor/hematoma/médico/medo/medo/medo tenham contribuído pra tudo ficar pior. E quando eu dei por mim o bebê era um intruso, e eu já não tinha mais nenhuma intimidade com aquela barriga crescendo.

A crise e a culpa são inevitáveis pra quem passa por um momento assim. Fiquei procurando em qualquer detalhe o amor que eu sentia, e que num repente já não estava mais ali...o que fez tudo mudar no meio do caminho? Foram dias de muito sofrimento, de muito conflito e de um aprendizado muito valioso.

Acordei um dia precisando desesperadamente de uma identificação, precisava encontrar alguém que já tivesse passado por essa experiência. Em vão procurei no google, procurei em sites e encontrei, somente um fórum americano de mulheres que desabafavam sobre o quanto não gostavam da gravidez. Fiquei por horas traduzindo e lendo cada história. E depois daquele fórum eu descobri muita coisa. Muitas mulheres certamente já passaram ou vão passar por isso.
Mas a vergonha e o medo de serem julgadas vai calar esse sentimento, e isso possivelmente tornará as coisas muito piores.

Sobre isso o que eu posso dizer? É fundamental buscar toda ajuda necessária. Terapia, amigos, apoio do parceiro são fundamentais nesse processo. Eu tive apoio, é só por isso consegui me sentir melhor e só por esse carinho consegui publicar esse post hoje. (que na verdade começou a ser escrito tem algumas semanas)

Rodrigo não é só o meu marido, é o meu melhor amigo, e me deu força sempre, e me fez acreditar que o tempo de amar ia chegar.

E a Carol ela é uma irmã que o meu coração escolheu, no meio do que a gente ganhou e perdeu, essa amizade tomou uma proporção gigantesca, e as coisas sempre são mais fáceis quando ela está por perto.

Esses dois amores aí, me deram tempo o meu tempo.
E por causa desse amor deles, é que o amor que eu carrego voltou pra mim.

No meio de tudo, eu confundi muita coisa. Em nada o que eu vivi tem a ver com o meu filho.
A gestação me trouxe um medo desesperador, uma fase de muita angústia, e quase tudo eu deixei de curtir pra ficar presa nesses sentimentos. Eu comecei a perder a privacidade do meu corpo, as pessoas passando a mão na barriga, levantando a minha roupa pra "ver o bebê" me incomodaram e eu não soube fazer isso parar. Os milhares de palpites "dos que sabem de tudo" minou a minha confiança e me fez sentir infantil.

Agora eu sei que a fase de gestar não é a mais amada por mim, que eu quero logo um bebê nos braços, mas sei que o caminho é esse.
Que eu talvez eu nunca seja uma apaixonada por gravidez, mas sou amarradona nessa pessoinha que mora aqui! Eu amo meu filho, mas não amo estar grávida.

E sabe, filho, você vai nascer da minha barriga, mas foi primeiro no meu coração que você cresceu. O seu irmãozinho não vai nascer da barriga da mamãe, mas como você, tem muito tempo que ele já crescia no meu coração.

E essa história, ainda continua.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Como me sinto?

Já tem mais de 20 dias que eu não sei o que é fazer qualquer coisa em casa.
Vou trabalhar, mas em casa minha rotina é sofá, banheiro e cama.
E isso tem acabado comigo!
Acho chato, Rodrigo ter que fazer tudo pra mim, lavar a louça, cuidar das roupas, arrumar a casa, varrer e até passar as minhas roupas...meu Deus quanta inultilidade a minha!!
Não sei o que acontece, não tenho enjoado, não tenho vomitado, e tenho pouca azia. Ainda assim, a sensação que eu tenho é que estou em slow motion e não é preguiça, é fraqueza mesmo! Uma indisposição constante me acompanha.
Por favor, alguém em meu socorro pode dizer que isso passa? Tenho horror só de pensar em passar nove meses assim.
Noite dessas Rodrigo fez uma sopa, e eu não tinha condições de levantar direito o braço pra levar a colher na boca! Assustador.

Eu nunca achei que gravidez fosse a coisa mais fácil do mundo, mas eu ainda não experimentei a parte boa de estar grávida(pode me achincalhar) eu não consigo me animar em ver uma roupinha, móveis, ou qualquer coisa pro bebê. Gente, eu não consigo nem arrumar a minha cama!

Começo a desconfiar que posso estar muito anêmica, ou com falta de alguma vitamina, isso não me parece normal.

Eu continuo achando tudo de bom ter um filho pra chamar de meu. Continuo agradencendo a benção de ser mãe, ainda assim é hipocrisia dizer que me sinto bem.

Não sei como seria sem o apoio do marido, com a maior paciência do mundo, com a maior boa vontade do mundo e com o maior carinho do mundo!

Eu que ERA adoradora do inverno! Achava gostoso. Sentia mais disposição no frio do que no calor.
Maaas nunca pensei que fosse dizer isso, to querendo que o inverno termine de uma vez. Esse frio tá uma bosta, o apartamento tá um gelo, e acho que isso tem me deixado mais indisposta ainda. Volto do trabalho ao meio dia, e depois do almoço a minha rotina é colocar o pijama (sim, ridículo, eu passo o dia de pijama) deitada no sofá, com as cobertas até as orelhas e com um aquecedor de ar ligado na cara!

Já com sentimento materno, eu lembro sempre da Débora e do Vicente, da merda que deve ser toda a rotina com um bebê pequeno nesse frio. As trocas de fralda e o banho devem ser um filme de terror, em Porto Alegre, não tem estufinha de ar que resolva.

Eu nunca senti falta de ter ar condicionado em casa, mas pela primeira vez, o frio tá beirando o insuportável pra mim.

Fui fazer exames, não tinha lugar pra estacionar porque o hospital está lotado!!! Muitos hospitais aqui de Porto Alegre nem tem mais leito pra acomodar tanta gente com infecções e problemas respiratórios por causa do frio.

A Débora tem toda razão, inverno é coisa pra rico! E eu to muito longe da riqueza...

Eu tinha mais coisas pra contar, mas aí as queixas aumentariam consideravelmente. Então, hoje começo uma série de exames e conforme estiverem prontos eu dou notícias.

Fui.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Nome próprio para a Pessoinha.

Pois então, o negóski é que estamos em discordância total!
Os nomes pra menina atéééé que a gente entrou num acordo. Julia, Helena ou Olívia.
Acontece que, alguma coisa dentro do meu ser, me diz que carrego um exemplar masculino.
E acho que esse instinto não falhará. E aí que o maior perrengue aqui, é a gente concordar com o nome de menino.
Eu já pensei em fazer o trato, menina marido escolhe, menino eu escolho, mas aí eu penso e me sinto sacaneando, porque né, algo me diz que é menino.
Rodrigo queria Miguel, e eu não quero. Eu queria Martín, e ele não quer. Nós dois adoramos Francisco (mas aí é melhor colocar logo Chico, que é assim que vão chamar o muleque) e aí vem outra coisa que eu não gosto, até hoje eu só escuto meu nome inteiro quando a minha mãe vai me xingar. Pro resto do mundo eu sou Jô. Aí vocês vão me dizer que toda Mariana é Mari, sim pode até ser, mas eu impliquei! O que me leva a pensar que não quero nomes muito complexos de se entender, uma vez que, pra toda velha que não entende meu nome eu sou Giovana, Morgana ou Gordana, Oi?
Eu gosto de Benjamim e de Théo, e adivinha? Papai torceu o nariz, acha que ainda não é nenhum desses...
Maaaas tem um nome, O nome, que é O preferido, O mais lindo, O mais apaixonante. Heitor.
Acontece que só eu que acho isso tudo. Rodrigo, adivinha? Não gostou! Sofro!
Enquanto isso...para o nome da Pessoinha ficou combinado que nada tá decidido!